Após várias semanas, o Pentágono finalmente admitiu que os "conselheiros" americanos na Síria estarão envolvidos em operações militares, mas os EUA continuam reticentes ao divulgar detalhes de sua estratégia na região.
Com seus planos de combater o Daesh — também conhecido como Estado Islâmico — despedaçados, o governo Obama anunciou planos de enviar à Síria até 50 "conselheiros" das Forças Especiais americanas. A medida, segundo o presidente, não significava uma mudança radical nos planos dos EUA de manter soldados fora da Síria. Afinal, o governo dizia, os "conselheiros" não estariam envolvidos em operações de combate.
Nesta terça-feira, porém, o secretário de Defesa, Ashton Carter, falou diante do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos EUA e deu a entender o contrário.
Na segunda-feira, um oficial anônimo dentro do Departamento de Defesa também afirmou ao Defense News que o uso dessas Forças Especiais significa uma "quebra de lacre". Se houver sucesso, o Pentágono pode enviar ainda mais soldados à Síria, um país no qual os EUA não estão oficialmente em guerra.
Em novembro, o presidente Obama disse à ABC News que o Daesh estava contido. A declaração foi dada dias antes de o grupo terrorista executar uma série de atentados em Paris, no dia 13.
Os detalhes, até agora, são poucos. O Departamento de Defesa não confirmou se as Forças Especiais já foram utilizadas nem informou um número específico de soldados que podem ser enviados ao Iraque e à Síria. Contudo, se precedentes são alguma indicação, a ambiguidade americana pode ser intencional por parte do Pentágono.
A mesma estratégia foi usada nos dias que antecederam a Guerra do Vietnã. O então presidente, Dwight D. Eisenhower, primeiro enviou 900 conselheiros ao Vietnã. O número aumentou para 16 mil durante o governo Kennedy, dois anos antes de a guerra começar oficialmente.
Essa escalada não tão gradual deu início a uma guerra que deixou cerca de 800 mil mortos — inclusive 60 mil soldados americanos.
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