Maduro alerta iminência de golpe de Estado na Venezuela
16.02.2014
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, comenta a violência no país em cadeia nacional de rádio e televisão. (AVN)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (14) que "a única alternativa contra aqueles que cometem um golpe será a consolidação de um povo pronto para garantir a soberania do país". Do Palácio de Miraflores ele se dirigiu ao povo venezuelano para se referir novamente à violência perpetrada pela direita durante as manifestações da última quarta-feira (12), quando três pessoas foram mortas e 66 ficaram feridas.
O presidente citou o poema "Minha Vingança Pessoal", de Tomás Borge, e indicou que "a única vingança pessoal" do Executiva Nacional será "uma nação de homens e mulheres cultos e educadas, que consolidarão o direito à felicidade para todo um povo. Nossa vingança será esta democracia siga se consolidando, ampliando seus horizontes e siga garantindo ao nosso povo a independência da nossa pátria, que deixou o comandante Hugo Chávez".
Maduro disse que, contra os eventos desestabilizadores gerados pela direita na Venezuela "a coisa mais importante é continuar a trabalhar e construir". Ele lembrou que os ministros ligados à construção da paz e da juventude venezuelana estão recebendo propostas que devem ser avaliadas para inclusão no Plano para a Paz e Convivência.
A violência da direita
Maduro disse que os setores oposicionistas escolheram o caminho da violência, mesmo após o chamado para o diálogo impulsionado pela Executiva Nacional.
"Eu levantei o caminho da convivência pacífica, o caminho da tolerância, do diálogo na diversidade e da paz, mas vocês, líderes políticos da oposição, optaram pela violência" declarou ele na rede pública de rádio e na televisão.
O presidente venezuelano também aproveitou a oportunidade para parabenizar os membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) pelo seu trabalho com os atos violentos registrados em Caracas e em outros estados do país.
Os efetivos, "receberam insultos e balas durante horas. Os escudos da PNB estão cheios de balas", disse Maduro, que reiterou que a ordem expressa é proteger o povo venezuelano. "Vocês vão dizer, então, setores da oposição, (...) se temos que permitir que queimem o país, que destruam este país", disse Maduro.
Por outro lado, salientou que a marcha da juventude revolucionária tomada quarta-feira encaminhou a mensagem "de paz, tolerância, respeito, lutando pelo socialismo, a luta para os novos valores".
Marcha da juventude revolucionária. Foto: AVN
Responsabilidade e entrega às autoridades
O presidente pediu que os autores intelectuais dos acontecimentos violentos desta semana se entreguem às autoridades do país e que não continuem a desestabilizar o país. Maduro informou ainda que já identificaram todas as pessoas que portavam armas de fogo no incidente. "Eu digo a esses fugitivos fascistas: entreguem-se, vocês são responsáveis pelo dano que ocorreu ontem no país", disse.
"Para que haja paz, deve haver justiça, não há paz com a impunidade. Na nossa Venezuela não vai haver impunidade, a justiça será feita contra os autores materiais e intelectuais", completou Maduro.
Segundo o mandatário, o objetivo dos grupos opositores é repetir a ação de 11 de abril de 2002, quando se executou um golpe de Estado contra o comandante da Revolução Bolivariana e ex-presidente Hugo Chávez.
Manifestação violenta dos grupos opositores ao governo venezuelano
O atual presidente venezuelano expressou suas condolências à família de Juan Montoya, Basil Da Acosta e Neider Arellano, que perderam a vida "pelo chamado irresponsável de grupos nazifascistas".
Maduro exibiu alguns vídeos que evidenciam "a violência, destruição e intolerância da direita venezuelana depois da convocatória para incendiar as ruas", segundo ele, promovida pelos antichavistas Leopoldo López e Maria Corina Machado".
Os setores antichavistas devem "assumir a responsabilidade com o coração, sem chantagem, corajosamente" e ressaltou: "Algum dia eu espero ser agradavelmente surpreendido com a notícia de que vocês estão atuando de maneira vertical, apegados à Constituição e que possam se converter em forças democráticas".
Construção da paz
Maduro pediu a todos os venezuelanos para construir a paz, apesar das diferenças políticas ou ideológicas que têm com o Governo.
"Em que lado se colocam? Ao lado da pátria de paz que queremos construir ou do caos, da violência e do golpe de Estado promovido por esse grupo que está atuando no país?", questionou o presidente da Venezuela, que aproveitou para convidar o povo à construir a paz e avançar independentemente das diferenças políticas.
"Quando estamos neste momento levantando o Plano de Pacificação, os planos e as bandeiras de paz é que o fascismo se propõe a encher o país com uma violência política desesperada", acrescentou.
A este respeito, Maduro afirmou que por trás dos acontecimentos estão as organizações estadunidenses que "vivem para penetrar e controlar o mundo em sua loucura. O que é pior é que arrastam milhares de pessoas e jovens", lamentou.
Da redação do Vermelho,
Com informações da AVN e da Prensa Latina
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=645f86b5cec4da0a56ffea7a891720c9&cod=13251
http://port.pravda.ru/mundo/16-02-2014/36246-maduro_golpe-0/
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