estrela está fritando planeta com raios X
edu dallarte
Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2011
O disparo de alta energia está arrancando cerca de 5 milhões de toneladas de matéria do planeta a cada segundo.[Imagem: NASA/CXC/M.Weiss]
Canhão de raios X
Uma estrela próxima de nós está batendo firme em seu planeta mais próximo, usando como chicote uma saraivada de raios X cem mil vezes mais intensa do que a Terra recebe do Sol.
Essa radiação de alta energia está causando a evaporação de cerca de 5 milhões de toneladas de matéria do planeta a cada segundo.
O quadro inédito mostra que, em algumas famílias planetárias, a vida não é tão fácil quanto no nosso amigável Sistema Solar.
Planeta frito
O planeta, conhecido como CoRoT-2b, tem uma massa cerca de 3 vezes a de Júpiter (1.000 vezes a da Terra) e orbita sua estrela-mãe, a CoRoT-2a, a uma distância cerca de dez vezes a distância entre a Terra e a Lua.
O sistema, descoberto pelo satélite CoRoT em 2008, é um vizinho relativamente perto de nós, a uma distância de 880 anos-luz.
"Este planeta está sendo rigorosamente fritado pela sua estrela," disse Sebastian Schroeter, da Universidade de Hamburgo, na Alemanha. "O que pode ser ainda mais estranho é que este planeta pode estar afetando o comportamento da estrela que o está espancando."
Planeta inchado
A CoRoT-2a é uma estrela muito ativa, com uma emissão de raios X produzidos por fortes e turbulentos campos magnéticos. Uma atividade tão forte geralmente só é encontrada em estrelas muito mais jovens.
"Como este planeta está tão próximo da estrela, ele pode estar acelerando sua rotação, e isto pode estar mantendo seus campos magnéticos ativos," sugere Stefan Czesla, coautor do estudo. "Se não fosse pelo planeta, esta estrela já teria deixado a volatilidade da sua juventude para trás há milhões de anos."
Curiosamente, provavelmente de tanto apanhar, o planeta parece inchado.
"Nós não estamos exatamente certos acerca de todos os efeitos que este tipo de tempestade de raios X tem sobre um planeta, mas ela pode ser responsável pelo inchaço que vemos no CoRoT-2b," disse Schroeter. "Estamos apenas começando a aprender sobre o que acontece com exoplanetas nestes ambientes extremos."
Bibliografia:The corona and companion of CoRoT-2a. Insights from X-rays and optical spectroscopy.
S. Schröter, S. Czesla, U. Wolter, H. M. Müller, K. F. Huber, J. H. M. M. Schmitt
Astronomy & Astrophysics
Vol.: 2011; 532: A3
DOI: 10.1051/0004-6361/201116961
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